sábado, 30 de abril de 2011
E eu diria a ele, que mesmo depois de ter conhecido homens que não se irritavam com as minhas ironias, não amavam os amigos acima de tudo, não tinham respostas pra tudo de forma tão irritante. Não eram tão orgulhosos, não tinham humor tão negro. Não eram convencidos demais, Não tiravam sarro das minhas lágrimas, não ligavam se eu confundisse nomes de tudo, era ele que eu amava, era ele que eu queria.
Porque, quando você está com medo da vida, é na minha mania de rir de tudo que você encontra forças. E, quando você está rindo de tudo, é na minha neurose que encontra um pouco de chão. E, quando precisa se sentir especial e amado, é pra mim que você liga. E, quando está longe de casa gosta de ouvir minha voz pra se sentir perto de você. E, quando pensa em alguém em algum momento de solidão, seja para chorar ou para ter algum pensamento mais safado, é em mim que você pensa. Eu sei de tudo.
Sempre me gabei de nunca ter sido usuária de nenhuma droga e nem ao mesmo ter experimentado cigarro ou ter dado trabalho com bebedeiras. Sempre fui saudável além da conta. Até que me caiu a ficha de que ele era pior do que cocaína. Pior porque homens maravilhosos e cheirosos são bem mais interessantes do que um pozinho branco que corrói o nariz. E melhor porque no dia seguinte o efeito “mulher maravilha acha que sabe voar” continuava. Não existia depressão, não existia abstinência. A esperança de que ele ligasse ou aparecesse ou ficasse para sempre fazia a vida ser boa não importasse a espera.
Assinar:
Postagens (Atom)